TRILHA VERDE DA MARIA FUMAÇA E BIRIBIRI
DE DIAMANTINA A MONJOLOS - MG
CLICANDO NAS IMAGENS ELAS SERÃO AMPLIADAS
CLICANDO NAS IMAGENS ELAS SERÃO AMPLIADAS
A Trilha Verde da Maria Fumaça entre Diamantina e Curvelo
é o resquício da antiga estrada férrea Corinto-Diamantina, que funcionou de
1914 a 1973. Somente a partir de 2000, que pessoas empenhadas em recuperar a
história do lugar resgataram o uso do caminho, Colateralmente criaram um “playground”
para ciclistas.
Em frente à pousada Seresta |
O projeto inicial da trilha envolve um trecho
de cerca de 100 Km entre Diamantina e Monjolos, naturalmente uma ciclopedalada
roda mais que isso, em virtude das
visitas às cachoeira e outros pontos de interesse, nossa pedalada por exemplo
superou os 132 Km de trilha verde, fora os 36 do percurso de ida e volta do Biribiri.
A Trilha se contorce prazerosamente pela serra do
espinhaço, no circuito dos Diamantes, e acaricia uma paisagem singular, as
inúmeras paradas para fotos e apreciação do visual são inevitáveis.
No primeiro dia rodamos os 600 Km que separam
Unaí da cidade de Diamantina – MG, para isso usamos o Kombão do Cabeleira, a
Casca Grossa Turismo. Chegamos em Diamantina por volta das 14:00, e
aproximadamente às 16:00 horas (horário de verão), saímos rumo ao Parque
Estadual do Biribiri, estimados 17Km de Diamantina.
O percurso para o Parque Estadual, por si só
já é um passeio esplêndido. Já nos primeiros quilômetros, paramos para uma visita ao Poço Brilhante, um momento para começar a sentir a energia de
Diamantina.
Vista ao Poço Brilhante -foto Eliana Costa |
Um aperitivo antes de chegar nas cachoeiras- foto Eliana Costa |
As descidas são animadoras mas já anunciavam
os aclives da volta à Diamantina. Depois de percorremos cerca de 7 Km a partir da entrada do parque chegamos à
cachoeira Sentinela, de águas límpidas e temperatura agradável, nos deliciamos
em suas águas esquecendo um pouco do tempo.
Próximo à cachoeira Sentinela,
existe um paredão de rocha calcária com um riquíssimo acervo de figuras
rupestres.
na cachoeira Sentinela -foto Eliana Costa |
Cachoeira Sentinela - por Rony Camargos |
Continuamos pelo belo caminho até o
entroncamento para a cachoeira dos Cristais, o sol já ia baixo e surgiu a
indecisão, ir para cachoeira? ou ir direto para a Vila do Biribiri? Alguns
opinaram para irmos pra vila, talvez por
eu ter feito muita propaganda das cervejas artesanais de Diamantina. Mas
aí chegou a Eliana e com seu toque feminino acabou com o impasse, vamos pra
cachoeira primeiro.
A placa de madeira indica uma distância de 1 Km, mas na verdade são 2Km, um desconto de 50% pra animar os que chegam ali cansados. Antes da cachoeira, temos que atravessar a ponte dos Ingleses. Trata-se das ruínas de uma antiga ponte que era utilizada no auge da indústria de tecidos do Biribiri. A julgar pela qualidade da estrutura, devia ser muito utilizada na época.
A cachoeira é um espetáculo, com sua queda volumosa e uma piscina profunda e de água fria é o refrigério que faltava. Sair da cachoeira foi uma dificuldade, nossos novos parceiros de pedaladas Breno e Eduardo são tão aquáticos quanto Bruno e eu, era preciso a Eliana ordenar a saída.
A placa de madeira indica uma distância de 1 Km, mas na verdade são 2Km, um desconto de 50% pra animar os que chegam ali cansados. Antes da cachoeira, temos que atravessar a ponte dos Ingleses. Trata-se das ruínas de uma antiga ponte que era utilizada no auge da indústria de tecidos do Biribiri. A julgar pela qualidade da estrutura, devia ser muito utilizada na época.
Ponte dos Ingleses - Foto Eliana Costa |
Cachoeira dos Cristais - Foto Eliana Costa |
A cachoeira é um espetáculo, com sua queda volumosa e uma piscina profunda e de água fria é o refrigério que faltava. Sair da cachoeira foi uma dificuldade, nossos novos parceiros de pedaladas Breno e Eduardo são tão aquáticos quanto Bruno e eu, era preciso a Eliana ordenar a saída.
Cachoeira dos Cristais- por Rony Camargos |
Da cachoeira dos Cristais até a vila do
Biribiri são aproximadamente 3Km, chegamos na Vila e todos os que não conheciam
ficaram admirados com a beleza pitoresca da antiga vila que fora um importante
pólo de produção de tecidos no final do século XIX.
Entrada do parque do Biribiri |
Antiga Igreja do século XIX. |
Já na chegada o Gilbeto se encontrou com
um casal de amigos dele, a Patrícia e o Fábio depois de rápida conversa, nos
dirigimos para experimentarmos as cervejas artesanais. Capistrana daqui,
Barroca dalí, Diamantina acolá e já estava todo mundo alegre, apesar do Breno
que não bebe cerveja, não ter visto graça nenhuma na Red Ale Diamantina.
Foto Eliana Costa |
Na
saída, constatamos que o tubeless do Bruno estava danificado, Breno consertou o
pneu colocando uma câmara de ar enquanto
Bruno afirmava que não usaria mais Tubeless. Das nossas bicicletas, três
utilizavam Tubeless, e quatro usavam câmaras de ar.
Chegamos
na pousada por volta das 22:00 e ainda saímos para jantar e ver um pouco da
noite Diamantinense. No dia seguinte começaria a Trilha Verde da Maria Fumaça.
A
manhã de sexta-feira dia 26 de janeiro, amanheceu com um céu um pouco nublado, mas logo o sol apareceu
vigoroso, era o veranico de janeiro. É bom lembrar que a trilha verde, em
épocas de chuvas tem alguns pontos alagáveis, o que pode oferecer um perigo considerável.
Não
tivemos muita dificuldade para achar o início da trilha, ela margeia a BR 367,
perguntamos para algumas pessoas e a maioria sabe indicar o início da trilha da
antiga Maria Fumaça.
Já nos
primeiros quilômetros vislumbramos os campos rupestres característicos daquela
região, o tipo de vegetação que impressionou positivamente os naturalistas
bávaros, Spix e Von Marthius, quando passaram por ali no início do século XIX.
A
trilha segue um percurso bem definido, quase plano e nesse início sem muitos
obstáculos, dá pra pedalar em um bom ritmo que só é quebrado para a apreciação
do ambiente. Foi assim o dia todo, passamos por Bandeirinha 16,6 Km e depois de
mais 10 Km, o povoado de Barão do Guaicuí. Chegamos à antiga estação de trem e
de lá fomos a procura de um almoço. Encontramos a simpática Nice, que também gosta de
pedalar e é uma espécie de relações públicas de Barão do Guaicuí, tem um repertório variado de histórias locais. Encomendamos o almoço - 15,00 por pessoa na Hospedaria da Nice - Trem Arrumado, (38)98801-2376 e fomos
para a cachoeira do Barão, uma queda d´água de uns 8 metros de altura com uma
piscina de uns três metros de profundidade, ali esquecíamos que estávamos pedalando
e logo vieram avisar que o almoço estava pronto.
Neste povoado é possível se hospedar e tem outras opções de restaurante, essa trilha está cada vez mais procurada por caminhantes.
Neste povoado é possível se hospedar e tem outras opções de restaurante, essa trilha está cada vez mais procurada por caminhantes.
Depois
do almoço seguimos a velha trilha verde, passamos pelo antigo pontilhão de ferro,
logo a frente chegamos à localidade chamada Mendes, um pequeno aglomerado de
casas, encontramos o Pinga-fogo, que contou ao Gilberto que trabalha na coleta
de sempre-vivas e que as vende por 20,00 o quilo.
Sempre é bom lembrarmo que essa região do vale do Jequitinhonha, além de ser linda, ainda rica em minerais, ter uma história riquíssima e no entanto ainda é uma região pobre e com muita gente sofrida, vemos brasileiros honestos e trabalhadores, crianças lindas e comunicativas, todos esquecidos pelos políticos pilantras.
Sempre é bom lembrarmo que essa região do vale do Jequitinhonha, além de ser linda, ainda rica em minerais, ter uma história riquíssima e no entanto ainda é uma região pobre e com muita gente sofrida, vemos brasileiros honestos e trabalhadores, crianças lindas e comunicativas, todos esquecidos pelos políticos pilantras.
Pontilhão de ferro adaptado para pedestres- por Rony Camargos |
Pinga-fogo morador de Mendes e coletor de Sempre-vivas |
Logo depois
nos deparamos com a bela cachoeira do Tombador que está a meio caminho de
Conselheiro Mata, também ótima para banho, formada por três quedas d´água.
Antes dela passei por uma cachoeira que não soubemos o nome, que fica um pouco
retirada da estrada.
Cachoeira antes do Tombador |
Vista parcial da Cachoeira do Tombador |
uma das três quedas da cachoeira |
Cumulus Nimbus escureciam o céu, resolvemos apertar o passo, chagamos em Conselheiro Mata já tarde. Neste percurso, o pneu traseiro da Bike do Bruno rasgou, e não havíamos levado um reserva.
Como não havíamos reservado pousada e tínhamos ainda que arrumar um meio de buscar a Kombi Casca Grossa. Procuramos primeiro na
tradicional Pousada do Kussu (38) 99957 0572 -www.pousadadokussu.com.br hoje administrada pelo filho Márcio, diárias de
50,00 por pessoa com café da manhã. Mas os quartos com banheiros já estavam
ocupados. Procuramos na Pousada da Andréia, mas estava lotada, fomos ajudados
pelo gerente da Andréia, o José, que nos indicou um senhor que nos alugou um
alojamento por R$ 35,00 por pessoa com várias camas de solteiro, banheiro e
cozinha. E um quarto de casal pra Eliana e Tirremo.
Estação de Conselheiro Mata |
Ao fundo o bar e restaurante do Kussu |
Casario em Conselheiro Mata |
O Gilberto e o Bruno voltaram para Diamantina para
buscar o Kombão e comprar um pneu novo, alugaram uma moto de outro filho do
Kussu e enfrentaram 48 Km de estrada difícil até Diamantina. Já era noite, mas
tínhamos o contado do Sérgio da Radical Bike e ele vendeu o pneu para o Bruno. Chegaram
de volta a Conselheiro Mata por volta de 1h da madrugada de sábado trazendo a
moto na Kombi.
No sábado de Manhã, saímos para a cachoeira do
Telésforo distante 17 Km do povoado, taxa de visitação 10,00 por pessoa. O Tirremo levou
o carvão no bagageiro, o Gilberto a cerveja no guidão, o Breno levou a carne na
mochila. E assim se faz um "ciclochurrasco".
A cachoeira do Telésforo é uma preciosidade da
trilha verde da Maria Fumaça. Uma imensidão de praia de areia branca com a
cachoeira ao fundo. Vários locais para banho com profundidades diversas. A cachoeira
é enorme e cai em cascata em uma piscina profunda e com águas escurecidas pelo tanino de folhas.
Cachoeira do Telésforo |
A cachoeira hoje não possui infraestrutura para receber turistas, mas isso é temporário, o Marcio está construindo um restaurante no local.
O Kussu nos contou que “aquele areal é de cerca de
uns 35 a 40 anos pra cá”, conseqüência do garimpo do diamante. Inclusive o nome
Telésforo é em homenagem a um Alemão que garimpou por ali há muitos anos.
Chegamos de volta a Conselheiro Mata a tempo de
visitar a Cachoeira das Fadas a 1,5 km do centro do distrito. É uma bela queda
de cerca de 30 m com uma piscina verde e profunda. Nesta época do ano as melhores horas para banho são entre 12:00 e 16:00. Próximo ao Distrito ainda
tem várias cachoeiras que não tivemos tempo de visitar.
Em relação a
refeições, vimos em Conselheiro Mata além do bar e restaurante do Kussu, o
restaurante da Andréia 20,00 por pessoa, outro restaurante antes da ponte,
12,00 por pessoa e um mercadinho que serve também como um bar.
No domingo o Márcio
gentilmente se levantou mais cedo e nos serviu um bom café da manhã, e então
saímos em direção a Monjolos, voltamos para trilha do ponto em que paramos no
dia anterior e fizemos um ótimo passeio.
A trilha começa como uma estrada, e depois do templo Agharty que é um resort devocional muito bonito, volta a ser uma trilha majestosa, plana, margeando precipícios, em alguns lugares uma cerca de madeira em outros o espaço aberto. Há um ponto nessa trilha que oferece perigo, o capim alto e as rodas das bikes passam muito perto da borda do despenhadeiro, alguns de nossos colegas falaram que nem perceberam esse perigo.
foto Gilberto |
A trilha começa como uma estrada, e depois do templo Agharty que é um resort devocional muito bonito, volta a ser uma trilha majestosa, plana, margeando precipícios, em alguns lugares uma cerca de madeira em outros o espaço aberto. Há um ponto nessa trilha que oferece perigo, o capim alto e as rodas das bikes passam muito perto da borda do despenhadeiro, alguns de nossos colegas falaram que nem perceberam esse perigo.
CAMINHO PARA MONJOLOS
Mirante foto Gilberto |
foto Gilberto |
Cachoeira dos Três Desejos |
Estação de Rodeador |
Passamos por uma
fazenda que aproveitou algumas casas da época da ferrovia. Depois desse local,
a trilha continua bem pedregosa e alguns quilômetros adiante se abre em uma
estrada. Chegamos em um ponto em que a trilha acaba, atravessamos uma área de
pastagens e pegamos a estrada mais à frente em direção à Monjolos. Nesse último
trecho passamos próximos à entrada da cachoeira do Palmito, não havia placas,
então perdemos a oportunidade de visita-la.
Chegando a Monjolos, fomos agraciados com a chuva que desde o início da pedalada nos
espreitava e só se deixou cair no último dia. Quando chegamos à cidade já não
chovia e pudemos nadar nas águas tépidas do rio Pardo Pequeno.
Rio Pardo Pequeno ao fundo: foto Gilberto |
Sem pneu furado não é viagem |
Estação de Monjolos |
Cachoeira Sentinela |
Dos Cristais |
Dicas: um pneu
reserva seria uma boa.
Assim como cabos e
outras peças sobressalentes, oficina só em Diamantina.
Um bom condicionamento físico ajuda, mas se não estiver tão em forma não é empecilho para fazer a trilha;
Se for em feriados é
bom fazer reservas, a disponibilidade de hospedagem é bem limitada.
Evite épocas de
muita chuva, há vários trechos alagáveis.
Leve dinheiro, pois
não é em todo lugar que aceita cartões.
Leve câmara
Fotográfica.
Ótimo pedal a todos e bom caminho.
O PARQUE ESTADUAL E A VILA DO BIRIBIRI.
Vista da vila do Biribiri - por Rony Camargos |
Fundada em 1876 pelo Bispo Dom João Antônio dos Santos para ser uma fábrica de tecidos, a vila hoje pertence à empresa têxtil Estamparia S/A que conserva esse patrimônio cultural.
A vila está inserida no Parque Estadual que possui 16.998 hectares é cortado pelos rios Biribiri, pelo Pinheiros e pelo ribeirão Sentinela entre outros. O parque possui vários atrativos, como a antiga usina geradora de energia elétrica, um mural com figuras rupestres, pontes antigas, cachoeiras e piscinas naturais e principalmente, a vila propriamente dita, com suas casas pintadas de branco de azul e seu amplo pátio gramado.
Existe uma pousada na vila com preços justos e dois bares e restaurantes que servem boa comida e vários tipos de cervejas, inclusive as artesanais locais.
Para quem gosta de pedalar e caminhar, tem ótimos percursos para fazer. De bicicleta dá pra fazer uma trilha que começa na entrada do Parque e sai perto da cachoeira sentinela, dá pra fazer um percurso em estradões e pequenas trilhas até a comunidade de Pinheiros, passando pela ponte que é ótima para banho.
Cachoeira dos Cristais - por Rony Camargos |
Paredão calcário com pinturas rupestres- por Rony Camargos |
Figura Rupestre no Parque Estadual do Biribiri |