sábado, 18 de julho de 2015

CIRCUMPEDALADA PELO PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS VEADEIROS - GO
Fotos e texto: Rony Camargos
cicloturistas: Adriano, Jadir e Rony
Julho de 2015.
Municípios: Alto Paraíso de Goiás - Teresina de Goiás - Cavalcante e Colinas do Sul.


Preparados para sair

No Camping Cata-vento







Amanhecer na Chapada

Com o Ivan

Foto de saída




 Entre os dias 08 e 12 de julho Adriano, Jadir e eu fizemos uma cicloviagem pelas cidades que rodeiam o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. A falta de informações sobre o lado da Chapada que compreende o percurso entre Cavalcante e Colinas do Sul, nos levou a  apelidar  esse trecho de lado oculto da chapada.  Resolvemos ir lar conferir:

1º dia: Deixamos o carro no Camping Cata Vento em Alto Paraíso de Goiás, onde nos hospedamos na primeira noite, e ali preparamos as bikes para a “circumpedalada”  a meta era retornar para o mesmo ponto em quatro dias. Com esse espírito de pedalar por uma área que para nós era inédita. Acordamos às 05:00 desfizemos o acamamento e saímos rumo a uma padaria que abria às 06:00, tomamos o café e seguimos rumo à cidade de Cavalcante ao Norte de Alto Paraíso e distante cerca de 90 Km.
No paralelo 14
Ponto Culminante de Goiás o pico do Pouso Alto pode se avistado.

Depois de rodarmos 58 Km chegamos ao local do almoço, a cachoeira Poço Encantado, cuja entrada é de 15,00 por pessoa, dá para se hospedar e tem um bom restaurante.
Cachoeira do Poço Encantado


Ali encontramos a família do Carlos que mora em Salvador – BA, sua esposa Salomé e sua filha Stefani, estavam vindo de Terra Ronca. Eles viajam de carro por todos esses lugares que requerem mais aventura, trocamos várias informações, telefones e partimos rumo à cidade de Teresina de Goiás.

Em Teresina abastecemos de água e continuamos a pedalada por mais 21 Km de asfalto até Cavalcante.

Chegamos em Cavalcante por volta das 15:00, tomamos um belo banho no rio Almas, que fica na entrada da cidade e seguimos para o centro da cidade onde fomos nos hospedar na casa do “Kxueira” que disponibiliza hospedagem a 45,00 por pessoa.
Rio Almas - Cavalcante - GO

Neste primeiro dia registramos 94 Km com média de 18,2 Km/h, a média baixa, é devido à carga das Bikes por volta de 20 Kg,  pelas subidas longas e simplesmente por quê não estávamos com pressa.

No  segundo dia, dedicamos à visita ao sítio arqueológico dos Kalungas no Engenho II, distante cerca de 28 Km de Cavalcante. No meio do caminho tinha uma serra...

A Serra da Nova Aurora é  um acidente geográfico abrupto, que surgiu há milhões de anos para fazer os ciclistas suarem e resfolegarem até não poder mais.  Apelidamos a serra carinhosamente de “a bruta”.  São aproximadamente seis quilômetros de subida, sem contar a subida que antecede a base da serra que deve dar mais uns 4 Km.
Rumo à Serra Nova Aurora

Não obstante, a serra é linda e muito boa de subir, além do mais havíamos deixado as bagagens em Cavalcante.

Chegando na comunidade Engenho II, encontramos um  ciclista de Goiânia, o Bruno. Foi nosso parceiro de pedaladas pelas cachoeiras da região. Para visitar a comunidade, paga-se uma taxa de visitação de 20,00 por pessoa mais 70,00 pelo guia. Lá possui várias opções de comida caseira e boa, Café da manhã e camping. Um almoço sai por 25,00 por pessoa para comer à vontade, e olha que um cicloturista tem muita vontade.
Chegando no Povoado do Engenho II
Bruno, Rony, Adriano e Jadir


Na comunidade dos Kalungas, distante aproximados 5,5 Km da portaria, está a belíssima cachoeira de Santa Barbara, precedida pela não menos bela cachoeira que ninguém sabe o nome, mas que chamamos de “santa barbinha”. As duas são ótimas para banho e ambas são muito fotogênicas.
  
Cachoeira de Santa Bárbara

Cachoeira próxima à Santa Barbara

Depois da Santa Bárbara, fomos almoçar e em seguida fomos até a cachoeira da Capivara, uma série de quedas com várias piscinas para banho, uma descida que exige um pouco de esforço e um belíssimo poço onde caem duas cachoeiras.
Cachoeira da Capivara


 Não deu tempo de visitarmos a outra cachoeira da localidade, que é a Candarú. Outra joia em um local de acesso mais difícil. Em outra ocasião já havia conhecido essa preciosidade. A trilha para se chegar a essa cachoeira vale a pena, é de grande beleza e dá para ver animais e várias espécies da flora do cerrado.  Nessa trilha também dá para ver as roças que os Kalungas plantam, dá para ter uma ideia do trabalho para escoar a produção que somente se faz no lombo de mulas e cavalos.

Voltamos para Cavalcante apressados, pois naquela noite dormiríamos no mato. Chegamos à cidade no final da tarde, tempo para arrumar os apetrechos, fazer umas compras e gravar um vídeo com o Kaxueira cantando uma música do grupo Feijão Bandido. A música é uma homenagem à chapada dos veadeiros e outras cachoeiras do planalto central, que por sinal é linda, não foi à toa que pedimos para gravar o vídeo.

Saímos de Cavalcante já escurecendo, passamos pela cervejaria artesanal Aracê, tentamos pouso em outro bar mais à frente, sem sucesso. Pedalamos mais alguns quilômetros e encontramos um belo riacho com cachoeirinha e tudo que precisávamos. Armamos as barracas e comemos o delicioso macarrão do Jadir, eleito cozinheiro por maioria absoluta.    
Camping selvagem


No dia seguinte levantamos acampamento e partimos para a descida da Serra do Vão, outra serra bruta, mas no nosso caso estávamos descendo. São aproximadamente 8Km de descida em zig-zag por uma estrada poeirenta e com um visual impressionante, que nos obrigava a descer devagar para apreciar e fotografar.
Rumo à Serra do Vão

No “pé” dessa serra está a venda do Seu Zé da chapadinha um simpático vendeiro orgulhoso de sua casa, parte adobe, parte cimento, chão batido e teto de palha, tudo feito por ele mesmo. Nesse sítio é possível lanchar, encomendar uma refeição e acampar. Para quem vai subir a serra dependendo do horário e da carga da bike é uma boa escolha pernoitar no local por que depois a parada é dura.
Vista parcial da Serra do Vão
Com o "Seu  Zé da Chapadinha"

Depois de um café com peta acompanhado por dois dedos de prosa, colocamos as magrelas para rodar em uma estrada bela mais difícil devido às “costelas de vaca” e a areia fofa. Paramos na fazenda Dom Bosco para abastecer nossas caramanholas e mochilas de hidratação. Ali conhecemos o pequeno Leonardo, um garotinho bem comunicativo que tirou uma fotografia da gente com os penhascos ao fundo.
Leonardo morador da Fazenda Dom Bosco
Foto: by Leonardo


Abastecidos de água, seguimos para almoçar no povoado de Capela, onde estava sendo organizada uma tradicional festa da região, A caçada da Rainha. Chegamos ao boteco do Seu Dé, ali almoçamos uma deliciosa comida feita em fogão à lenha,  reabastecemos de água e fizemos um reparo na bike do Jadir. Saímos com um sol escaldante. E  tome mais “costelas de vaca” e areia fofa. Em uma descida o bagageiro da bicicleta do Adriano quebrou, nenhum problema, Jadir que além de cozinheiro é Macgyver nas horas vagas, improvisou uma “solda” com câmara de ar e presilhas de plástico e o bagageiro aguentou até o final da viagem.
Estradão para o povoado de Capela
Foto Parcial do povoado de Capela


Depois disso fizemos nova parada no povoado de Rio Preto e seguimos para Colinas do Sul. A estrada agora tinha muito movimento de veículos indo para a festa, o que levantava muito pó. Para minimizar o problema, eu usava uma máscara de ecohead. Chegamos a Colinas do Sul por uma estrada asfaltada  no início da  noite e nos hospedamos em um hotel por 45,00 por pessoa, na cidade há outras opções de hospedagem.
O conserto do bagageiro
Ponte no povoado de Rio Preto

Entardecer na chapada

Último dia de pedal, tomamos o café às 06 horas e seguimos por um trecho asfaltado  rumo à São Jorge, alguns quilômetros depois o asfalto acaba e pegamos novamente a terra. Esta parte do percurso tem extensas subidas e dependendo do dia da semana pode ser bem movimentada com muita elevação de poeira.
Preparando o espírito

Chegada em São Jorge


Passamos em São Jorge para um descanso e um açaí e fomos almoçar a matula no restaurante do Seu Valdomiro que fica mais ou menos na metade do caminho entre São Jorge e Alto Paraíso. Todo o trecho é asfaltado e com ciclovia. Finalizamos nossa “circumpedalada” pelo Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros por volta das 15 horas  e nos dirigimos satisfeitos para o camping de onde havíamos partido.  Ao todo rodamos 342,51 Km somando os passeios e percurso dentro das cidades.
Jardim Maitreya
rumando para Alto Paraíso - GO
Morro da Baleia.

A chegada.


Dicas:  Leve protetor solar em qualquer época do ano.

            Cuide bem dos bagageiros as trepidações podem ser prejudiciais;

             Não descuide da água, pode-se andar muito tempo sem acesso à água potável;

             Leve dinheiro, pois é muito raro usar o cartão de crédito;

             Não esqueça peças sobressalentes e ferramentas.


Poço encantado

Entorno de Cavalcante
Banho de sol
Cachoeira Véu de Noiva - Cavalcante

Poço encantado - fazenda veredas

Vale da Lua - Alto Paraíso


Orelha de carneiro

Raizama

Vale das Pedras

Candonbá

Pinheirinho

Cachoeira do Rio Preto I

Cachoeira do Rio Preto II








Cachoeira Carioquinhas

Fazenda Veredas - Cavalcante

Cânion da Fazenda Veredas

Cachoeira do Cânion

Poço Encantado - Alto Paraíso



Cachoeira Candarú - Engenho II

Cachoeira São Bento

Cachoeira Almécegas

3 comentários:

Unknown disse...

Parabéns, a todos vcs rony,jadir e adriano tenho certeza, que foi um grande passeio. Quero fazer o mesmo que vcs fizeram. Cada foto linda, grande fotografo rony!

Unknown disse...

Além dos belos e expressivos cliques, é preciso salientar que vocês são corajosos!
Essa é a alma do cicloturismo, a coragem.

Parabéns pelas pedaladas!

Parabéns pelos registros. Quero aprender contigo, Rony, a fotografar bem! (risos)

Grande abraço!

RONY CAMARGOS disse...

Grande Zequinha, meu parceiro de pedal, a mãe terra continua nos chamando para trilhar vários caminhos. Nossas bikes estarão sempre prontas.

Caro Bruno, tem uma frase do Dalai Lama que eu gosto que é "Devemos gerar coragem do mesmo tamanho das dificuldades que enfrentamos", realmente o cicloturismo corrobora com o pensamento do Lama.

um abraço a todos.