Cocais; Caeté; Sabará; Raposos; Rio Acima e Glaura - Lugares do Sabarabuçu
Santuário de São João Batista – Barão
de Cocais.
Embora Barão de Cocais não faça parte do caminho do
Sabarabuçu, a cidade funciona como uma boa porta de entrada para o
caminho. A agradável cidade de Barão de
Cocais está no caminho dos Diamantes, possui uma joia da arte sacra do barroco
mineiro, o Santuário de São João Batista, no qual Antônio Francisco Lisboa, o
Aleijadinho, participou do seu projeto.
Foi dele a solução de posicionar as torres diagonalmente em relação ao corpo da
igreja, algo novo para a época. A bela escultura em pedra-sabão da imagem de São João
Batista presente no nicho da fachada principal, também é de aleijadinho. O
Santuário possui altares folheados a ouro e a pintura do teto é atribuída ao Mestre
Ataíde. A construção da igreja se deu entre 1764 e 1785.
COCAIS:
Cocais é um belíssimo distrito da
cidade de Barão de Cocais, possui uma ótima pousada e uma diversidade de
atrações. É ali que começa o caminho de Sabarabuçu (ou termina, depende do
sentido escolhido). Fundada em 1703 possui duas belas igrejas, a de Santana e
do Rosário. Possui um museu em homenagem a Fernando Toco, um minerador que
ficou rico na região. As imediações possuem várias cachoeiras e o importante sítio
arqueológico de Pedra Pintada, descoberto por Peter Lund.
Igreja em Cocais.
CAETÉ:
“Caeté, antigamente também chamada Vila Nova da Rainha, é pequena
localidade, irregularmente espalhada num belo vale fértil, ao sopé da Serra da
Piedade. No vale, o solo compõe-se, em grande parte, de barro vermelho
aurífero, do qual zelosamente se lava o ouro.”
Sipix e vonMartius (1817-1820).
Atualmente Caeté é uma bela cidade com cerca de 40.000
habitantes. A igreja matriz de N. Sra. Do Bom Sucesso
possui um interior muito rico.
Interior da Igreja em Caeté.
São ainda destaque na cidade, o
santuário da Serra da Piedade que eu não visitei.
O museu Regional com grande
acervo, instalado em um sobrado colonial do século XVIII.
A pedra Branca que era uma
referência para os índios caetés.
Casa de Borba Gato - Hoje um Museu
Morro Vermelho
É um pequeno distrito de Caeté,
cujo valor histórico está ligado ao fato de ali ter ocorrido conflitos que
ocasionaram a isenção de impostos por parte da coroa portuguesa. Esses
conflitos se deram pouco tempo depois da guerra dos emboabas. Outro fato
histórico de valor é a igreja de Nossa Senhora de Nazaré, que segundo
informações gravadas na placa, foi a primeira igreja de alvenaria do Brasil,
erguida no século XVIII.
Chafariz em Morro Vermelho
vista da Igreja Nossa Senhora de Nazaré
Igreja Nossa Senhora de Nazaré ao fundo
SABARÁ:
“monta a 800 o número de casas e a 5.000 o dos habitantes. Ali se
encontra um ouvidor, como juiz da comarca de Sabará, um juiz de fora...um
vigário, uma escola de latim e uma fundição real de ouro” – Viagem pelo
Brasil de Spix e Martius (1817-1820) vol. 2.
Assim J.B. von Spix e Carl. F. P.
von Martius descreveram a Vila de Sabará
durante sua passagem por essas terras. Hoje Sabará ainda é uma importante
cidade de Minas Gerais com 126.269 habitantes (censo 2010).
Sabará é uma daquelas joias da
história do Brasil e por consequência uma preciosidade da arte barroca e do
rococó.
“Sabará se originou como ponto de
apoio para as bandeiras de Fernão Dias “o caçador de esmeraldas”. conta-se que
o Capitão-do-mato Matias Cardoso de Albuquerque por volta de 1655, abriu ali na
região uma roça, para servir de apoio à bandeira de Fernão Dias que vinha a
seguir. Essas roças eram vitais para a manutenção das bandeiras que duravam
anos. O lugar passou a ser denominado de Roça Grande e depois formou-se um
arraial chamado de Santo Antônio do Bom Retiro da Roça Grande. Os indígenas
chamavam o rio das Velhas de Guaicuí
e ali também havia um rio chamado pelos indígenas de Sabará. Inclusive uma das
origens do nome Sabarabuçu é a expressão indígena que significa ”grande braço
de pai” sendo o braço o rio Sabará e o pai o rio Guaicuí ou o Rio das Velhas.
A outra origem do nome é a mais
famosa derivada da expressão itaberabussuou
“pedra grande que brilha” e que se refere ao reflexo do minério de ferro da
serra da Piedade que podia ser vista de longe e que por muitos anos serviu de
referência para que Fernão Dias, Borba Gato
e companhia chegasse ao lugar onde estaria a lagoa com as esmeraldas.
Esmeraldas não encontraram, mas ouro foi às toneladas.” Fonte site oficial da Prefeitura de Sabará.
Era um lugar muito louco para
andar de mula e à pé, e continua sendo um lugar muito louco para andar de
bicicleta.
Igreja Nossa Senhora do Ó:
Interior da Igreja Nossa Sra. do Ó
Pintura no teto Igreja N.Sra. do ó
Interior da Igreja N. sra. da Conceição
RAPOSOS
Raposos foi fundada em 1690 pelo bandeirante Pedro
Morais Raposo, era chamado de Arraial
dos Raposos devido ao fundador e seus familiares que povoaram a região. De
Raposos sai a bela trilha do morro das
bicas e a trilha mais radical que liga a Honório Bicalho.
Matriz de Raposos, uma igreja que
já possuiu muitas obras folheadas a ouro e várias imagens com valor histórico.
Possui ainda um interior muito bonito., que remete ao barroco e rococó.
RIO ACIMA:
Rio Acima é uma cidade agradável,
com pessoas idem, possui uma Maria-fumaça
fabricada em 1924 que leva o nome de Eilsabeth e que faz passeios aos sábados, Domingos e feriados. A estação
ferroviária possui alguns órgãos de turismo. A igreja da cidade é uma igreja moderna.
Rio Acima possui em seus arredores,
várias cachoeiras como a Chica Dona e a Tinta Roxa.
A Caminho de Rio Acima passei
perto da ponte da Estrada de Ferro Pedro II.
Acuruí
Pequeno distrito de Itabirito,
distante cerca de 25 km de Rio Acima e
18 Km de Galura pela Estrada Real. É bem agradável, o povoado possui duas
igrejas e basicamente uma rua. As pessoas que encontrei ali foram muito
simpáticas.
Igreja do Rosário.
Igreja Nossa Senhora da Conceição
As igrejas de Acuruí são bem parecidas. E ambas trazem
gravadas em seus frontispícios datas do século XX, mas segundo informações
colhidas, a capela inicial foi erguida em 1718.
GLAURA
Glaura é um distrito de
Ouro Preto, uma preciosidade do caminho do Sabarabuçu, é a última paragem do
Sabarabuçu, para aqueles que como eu, começam o caminho em Cocais. A igreja foi
construída entre 1758 e 1764 e é
dedicada a Santo Antônio. Possui um interior bonito típico das igrejas do
barroco mineiro, não sei se tem alguma peça de grande valor histórico, mas a
igreja merece uma visita. É tombada pelo Patrimônio Histórico desde 1962.
Interior da Igreja de
Glaura.
A cidade não tem muitas
opções de hospedagem, mas as pousadas ali existentes são de alto padrão. Glaura
já teve o nome de Santo Antônio do Campo
de Casa Branca, e até hoje alguns moradores se referem ao lugar como Casa
Branca. Glaura situa-se próximo à Serra de Capanema, uma porção da cadeia da Serra do Espinhaço. Registraram sua
passagem por Glaura, os imperadores D. Pedro I e II, os naturalistas Auguste de
Saint-Hilaire e Richard Burton. Hoje eu gosto de imaginar que os cicloturistas,
guardadas as proporções, se assemelham aos naturalistas dos séculos XVII e
XVIII. Por isso acho que todos devem divulgar os lugares por onde andam e assim
possibilitar a outras pessoas conhecer essas preciosidades que guardam
construções de valor histórico e costumes de grande valor antropológico.
São Bartolomeu
São Bartolomeu é um distrito de Ouro Preto, já não é mais
Caminho do Sabarabuçu, mas Caminho velho do Ouro. Mas para quem está fazendo
cicloturismo, acaba sendo a ligação natural entre Ouro Preto e Glaura. O povoado é muito
bonito, além dos doces caseiros que são fabricados no local, existem várias
casas que vendem livros sobre a região.
A igreja ainda possui em uma de suas torres, um sino de madeira.
Igreja Matriz de São Bartolomeu
Sino de Madeira na igreja de São Bartolomeu.
Capela no alto de um morro, na saída para Ouro Preto.
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