sexta-feira, 20 de junho de 2014





O Caminho do Sabarabuçu- Estrada Real.

Texto e fotos: Rony  Camargos.









O Caminho do Sabarabuçu é o trecho mais difícil e complicado da Estrada Real, no entanto, é um caminho que alia desafio, beleza e tudo que a Estrada Real oferece: História, gastronomia, cachoeiras,  paisagens deslumbrantes, cultura e muito pedal.

O Sabarabuçu no século XVIII foi um caminho alternativo que a coroa portuguesa utilizava para atingir áreas auríferas e para abastecimento dessas áreas de mineração.

A palavra Sabarabuçu é de origem tupi, que em tradução livre significa algo como “Grande braço de Pai”. Uma alusão ao rio Sabará que seria um braço do Rio das Velhas, que o índios chamavam de  Guaicuí.

O Caminho do Sabarabuçu tem como percurso as cidades e povoados de Cocais – Morro Vermelho – Caeté – Sabará – Raposos – Honório Bicalho – Rio Acima -Acuruí – Glaura.

O que atraiu os antigos bandeirantes para aquelas paragens é lógico, foi a grande riqueza mineral indiciada pelas lendas do Itaberabussu (grande pedra que brilha). O Eldorado buscado pelo caçador das esmeraldas – Fernão Dias seguido por seus dois filhos, José Dias e Garcia Paes e de seu genro o também lendário Borba Gato. A grande pedra que brilha é hoje o que conhecemos como a Serra da Piedade. Ocorre que devido a sua formação mineral, rica em minério de ferro a montanha reflete a luz do sol de uma forma que fazia os antigos indígenas acreditar que era uma montanha mágica, cheia de tesouros.

Fernão Dias morreu nos sertões do rio das Velhas em 1.681, depois de passar por muitas agruras, vencer um terreno difícil, enfrentar os índios mapaxós e nunca ter encontrado sua lagoa das esmeraldas. No entanto consolidou uma região que viria  a ser riquíssima em ouro e outros minérios e deixou para os ciclistas e caminhantes um percurso memorável que arrepia a cada descida e a cada trilha.

No dia 08 de junho 2014 depois de 8 horas de ônibus até BH, peguei o trem de ferro BH –Vitória, com destino a Barão de Cocais – Estação dois irmãos.  Um pouco menos de duas horas depois da partida do trem, chegava à estação de Barão de Cocais. Peguei um coletivo, que já aguardava o trem e fui para o centro da cidade me hospedar. No mesmo dia fiz o reconhecimento do primeiro marco. O Caminho que liga Barão de Cocais ao Distrito de Cocais é um pedaço do caminho dos Diamantes, que fiz em 2010. Queria pedalar de novo por aquelas estradas. Saí na segunda-feira dia 09, a saída ficou meio confusa, uma vez que não encontrei alguns dos marcos apontados pela planilha. Seguindo as referências da planilha e a lembrança de ter passado em determinados pontos, segui um caminho que passa por baixo da linha do trem e logo encontrei o outro marco.

                                           O Trem para Barão de Cocais.
                                            A bike ainda embalada para viagem

                                                 Os marcos e os marquinhos
novos marcos (os marquinhos) do CRER- Circuito Religioso da Estrada Real


De Barão de Cocais para Cocais


                                       

No Sítio Arqueológico da Pedra Pintada - Cocais


O caminho já começa com uma subida pelo eucaliptal da Celibra, uma subida com alguns trechos calçados com pedras, que já de manhã me fez suar tanto que parecia que chovia da testa para baixo.

Passei novamente pelo Sítio arqueológico da Pedra Pintada. Vale a parada para comprar e degustar o vinho de jabuticaba, esse trecho já foi descrito no post do caminho dos diamantes. Por fim, depois de 12 Km,  cheguei a Cocais.

Cocais - Caeté

Em cocais Começa para valer o Caminho do Sabarabuçu. A saída também requer um pouco de atenção, dos cinco moradores que perguntei sobre a estrada para Caeté, todos responderam que só chegaria lá seguindo pela BR. O marco inicial está em frente à igreja de Santana, na estrada que leva ao povoado de Antônio dos Santos. O trecho atravessa muitas matas de eucaliptos e matas nativas. As planilhas marcam 39,55 Km meu odômetro marcou 41,08 Km, essas variações se devem a algumas voltas para conferir marcos, para se chegar a determinado mirante, um desvio para ver um córrego e coisas desse tipo. As planilhas são bem precisas e dá para confiar piamente nelas. Quando marcarem uma subida forte pode se preparar, pois quando demonstram um leve aclive esse já é de “queimar as coxas”.

Nesse trecho podemos avistar a serra da piedade se destacando entre outros montes, as subidas são daquelas para lembrar que estamos na região das gerais. Como a Estrada Real já me domou faz tempo,  não tenho o menor pudor em empurrar a bike subida acima, para quem faz o caminho completo carregando a própria bagagem isso é rotina.

Dados do dia, velocidade média de apenas 11,1 Km/h, minha bagagem tinha aproximados  14 kg. E a meta não é fazer um enduro. A máxima foi de 44,1 Km, nas descidas, não dá para soltar os freios, sob-risco de perder a bagagem. Cair em uma viagem solo e sem apoio, pode ser o fim das viagens. O tempo de pedalada efetiva foi de 3h41 m, mas o tempo gasto para chegar a Caeté foi de cerca de 6 horas. Em caeté paguei 50,00 de hotel, jantar a 12,50 e gastei 14,00 de lanches e água no percurso




o Sabarabuçu ao fundo






Povoado de Antônio dos Santos em Caeté. Uma parada para abastecer


No segundo dia, Caeté a Sabará.

Saí às sete horas da manhã, seguindo rumo à antena de celular. Subida logo cedo que é pra mostrar pras pernas o que vem pela frente. Nesse dia resolvi que o percurso seria curto, de apenas 31 km, queria ficar mais tempo em Sabará. Os marcos estão na estrada que leva a Morro Vermelho.  (ver nesse blog descrição sobre os lugares). Morro Vermelho está a apenas 9 Km de Caeté e tem a primeira igreja de alvenaria do Brasil, na qual Aleijadinho iniciou sua carreira.

Nesse trecho, segui a recomendação da planilha e não peguei a trilha no Km 21, que está em estado precário. Segui um pouco a pé pela trilha e pude constatar que realmente não dá para fazê-la com alforjes, ela se encontra em muitos pontos logo no início, tomada por mato e cipós. Mais adiante, no alto do morro dá para ter uma noção do quão a trilha é difícil,  em um terreno muito acidentado e com mata espessa, desce por um vale muito profundo e em seguida sobe a serra. O próximo marco seguindo pela estrada volta a aparecer lá pelo Km 27,7.

Cheguei à Sabará às 12 horas em ponto, mas visitei alguns pontos turísticos antes de achar uma pousada, que naquele dia já estavam todas inflacionadas devido à copa do mundo e muitas já não tinham vagas. Dei sorte e me hospedei em um Hostel chamado Solarium, em uma suíte de primeira.

Meu odômetro marcou 36,10 Km com média de 12,1 km/h e max de apenas 27,9 e tempo efetivo de pedaladas de 2h03m32s, mas percorri o trecho em 05 horas.

Paguei de pousada 80,00, mas no hostel tem quartos a partir de 50,00.  Almocei por 14,50 à vontade. Jantei um macarrão alho e óleo por 12,00 e gastei outros 22,00 com lanches e água.




Trilha do marco 2137 -A planilha alerta como inadequada

Trecho atravessado pela trilha acima mencionada


Chafariz de Morro Vermelho


Morro Vermelho






Terceiro dia – Sabará-Raposos- Honório Bicalho - Rio Acima.


A saída de Sabará até agora foi a mais fácil, deve ser para compensar o dia que seria difícil.


A pouco mais de 3 km do primeiro marco chega-se ao Arraial velho, que até hoje os moradores chamam de roça grande. Pois foi ali que os bandeirantes paulistas criaram as primeiras roças que se destinavam a suprir as bandeiras em busca de ouro e esmeraldas. Ali se encontra a igreja de Santana erigida provavelmente entre 1749 e 1756. Não consegui entrar na pequena igreja, o que foi uma pena. A igreja possui um interessante mata-burro de pedra.  Depois de cerca de 7 Km chega-se a uma casa de uma  antiga fazenda, ao lado da casa uma porteira de ferro que dá acesso a uma pequena e antiga trilha, que liga à uma estrada que pelo visto passa nos terrenos de uma mineradora.
Rua do Arraial Velho  - Roça Grande

Mata burro

Igreja de Santana



A estrada que segue depois do Arraial Velho é quase uma trilha que sobe, sobe... e sobe um pouco mais. Até Raposos são  12,3 km, parei para tomar um lanche e visitar a igreja, enquanto lanchava,  e estava à toa na vida, vi a banda passar... A igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição possui um interior simples mas bonito, uma moradora me contou que a igreja já possuiu obras de arte e  muito altar coberto de ouro.


Esse trecho possui as ruínas de uma casa de pedra que deve ser da época do ciclo do ouro.
Casa de Pedra com idade não definida

vista Parcial de Raposos




Ruína de casa da época da exploração do ouro

Antiga passagem próxima à casa da Fazenda da foto abaixo.

Marco 2033

De Raposos continuei seguindo as planilhas rumo a Honório Bicalho.  Saí por um bairro chamado Morro das bicas logo ao chegar ao alto do morro, começa-se uma trilha muito gostosa de pedalar, que segue margeando um antigo rego d’água, uma trilha plana e bem sombreada. Essa trilha segue por cerca de 2 km, em seguida entra-se em outra trilha, essa requer mais cuidado, trata-se de uma trilha técnica com descidas perigosas, em muitos lugares com valas profundas. Depois de se chegar ao vale, a subida que temos pela frente é bem desafiadora. Para piorar a situação, eu me descuidei e perdi minha planilha. Não quis arriscar seguir  sem ela, e resolvi voltar dois marcos atrás, cerca de 1,5 km subindo, encontrei a planilha na trilha, mas me cansei muito.  Esse trecho eu considero que foi de mais de 10 km de trilha, pois os pequenos trechos que a planilha chamou de estrada, eu considero trilha, pois acho que só dá para andar de carro se  for 4x4.

De Honório Bicalho a Rio Acima são mais 9.6 km, margeando o rio das Velhas, o antigo Guaicuí dos índios.  Passei ainda pela ponte da estrada de ferro D. Pedro II. O trecho possui uma topografia bem favorável e agradável ao ciclista cansado.

Neste terceiro dia de pedaladas as planilhas marcavam 35,23 KM rodados, rodei 38,63 Km, como fui zerando o odômetro, não pude fazer o registro das parciais. Saí de Sabará às 07h10m e cheguei ao destino às 14h22m, a cidade possui poucas pousadas, só fiquei sabendo de duas dentro da cidade, peguei a primeira que achei, quarto muito simples, com café da manhã idem, valor R$ 50,00, jantei por R$ 15,90 e gastei 24,00 com lanches e água.

Marco 2059 - Saindo de uma trilha para entrar em outra
Trilha Descendo


 

Trilha subindo



Ótima trilha no meio do mato - descendo











Muro de pedra sem data definida












quinta-feira, 19 de junho de 2014


Cocais; Caeté; Sabará; Raposos; Rio Acima e Glaura - Lugares do Sabarabuçu

 

Santuário de São João Batista – Barão de Cocais.

 

Embora Barão de Cocais não faça parte do caminho do Sabarabuçu, a cidade funciona como uma boa porta de entrada para o caminho.  A agradável cidade de Barão de Cocais está no caminho dos Diamantes, possui uma joia da arte sacra do barroco mineiro, o Santuário de São João Batista, no qual Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, participou do seu  projeto. Foi dele a solução de posicionar as torres diagonalmente em relação ao corpo da igreja, algo novo para a época. A bela  escultura em pedra-sabão da imagem de São João Batista presente no nicho da fachada principal, também é de aleijadinho. O Santuário possui altares folheados a ouro e a pintura do teto é atribuída ao Mestre Ataíde. A construção da igreja se deu entre 1764 e 1785.


 

COCAIS:

Cocais é um belíssimo distrito da cidade de Barão de Cocais, possui uma ótima pousada e uma diversidade de atrações. É ali que começa o caminho de Sabarabuçu (ou termina, depende do sentido escolhido). Fundada em 1703 possui duas belas igrejas, a de Santana e do Rosário. Possui um museu em homenagem a Fernando Toco, um minerador que ficou rico na região. As imediações possuem várias cachoeiras e o importante sítio arqueológico de Pedra Pintada, descoberto por Peter Lund.
                                               Interior do museu Fernando Toco
Igreja em Cocais.
 
 
 
 
CAETÉ:
Caeté, antigamente também chamada Vila Nova da Rainha, é pequena localidade, irregularmente espalhada num belo vale fértil, ao sopé da Serra da Piedade. No vale, o solo compõe-se, em grande parte, de barro vermelho aurífero, do qual zelosamente se lava o ouro.
Sipix e vonMartius (1817-1820).
Atualmente Caeté é uma bela cidade com cerca de 40.000 habitantes.  A  igreja matriz de N. Sra. Do Bom Sucesso possui um interior muito rico.
 

 
 
 
Interior da Igreja em Caeté.

São ainda destaque na cidade, o santuário da Serra da Piedade que eu não visitei.

O museu Regional com grande acervo, instalado em um sobrado colonial do século XVIII.

 

A pedra Branca que era uma referência para os índios caetés.
                                             Casa de Borba Gato - Hoje um Museu
 
 
 
Morro Vermelho
É um pequeno distrito de Caeté, cujo valor histórico está ligado ao fato de ali ter ocorrido conflitos que ocasionaram a isenção de impostos por parte da coroa portuguesa. Esses conflitos se deram pouco tempo depois da guerra dos emboabas. Outro fato histórico de valor é a igreja de Nossa Senhora de Nazaré, que segundo informações gravadas na placa, foi a primeira igreja de alvenaria do Brasil, erguida  no século XVIII.

Chafariz em Morro Vermelho

vista da Igreja Nossa Senhora de Nazaré

 
                                              Igreja Nossa Senhora de Nazaré ao fundo



SABARÁ:

monta a 800 o número de casas e a 5.000 o dos habitantes. Ali se encontra um ouvidor, como juiz da comarca de Sabará, um juiz de fora...um vigário, uma escola de latim e uma fundição real de ouro” – Viagem pelo Brasil de Spix e Martius (1817-1820) vol. 2.

Assim J.B. von Spix e Carl. F. P. von Martius descreveram  a Vila de Sabará durante sua passagem por essas terras. Hoje Sabará ainda é uma importante cidade de Minas Gerais com 126.269 habitantes (censo 2010).

Sabará é uma daquelas joias da história do Brasil e por consequência uma preciosidade da arte barroca e do rococó.

“Sabará se originou como ponto de apoio para as bandeiras de Fernão Dias “o caçador de esmeraldas”. conta-se que o Capitão-do-mato Matias Cardoso de Albuquerque por volta de 1655, abriu ali na região uma roça, para servir de apoio à bandeira de Fernão Dias que vinha a seguir. Essas roças eram vitais para a manutenção das bandeiras que duravam anos. O lugar passou a ser denominado de Roça Grande e depois formou-se um arraial chamado de Santo Antônio do Bom Retiro da Roça Grande. Os indígenas chamavam o rio das Velhas de Guaicuí e ali também havia um rio chamado pelos indígenas de Sabará. Inclusive uma das origens do nome Sabarabuçu é a expressão indígena que significa ”grande braço de pai” sendo o braço o rio Sabará e o pai o rio Guaicuí ou o Rio das Velhas.

A outra origem do nome é a mais famosa derivada da expressão itaberabussuou “pedra grande que brilha” e que se refere ao reflexo do minério de ferro da serra da Piedade que podia ser vista de longe e que por muitos anos serviu de referência para que Fernão Dias, Borba  Gato e companhia chegasse ao lugar onde estaria a lagoa com as esmeraldas. Esmeraldas não encontraram, mas ouro foi às toneladas.”  Fonte site oficial da Prefeitura de Sabará.

Era um lugar muito louco para andar de mula e à pé, e continua sendo um lugar muito louco para andar de bicicleta.

Igreja Nossa Senhora do Ó:

 

 
Interior da Igreja Nossa Sra. do Ó
Pintura no teto Igreja N.Sra. do ó
 
                                                            Igreja N. sra. da Conceição inaugurada ente 1710 e 1714
                                                 Interior da Igreja N. sra. da Conceição


RAPOSOS

Raposos  foi fundada em 1690 pelo bandeirante Pedro Morais Raposo,  era chamado de Arraial dos Raposos devido ao fundador e seus familiares que povoaram a região. De Raposos  sai a bela trilha do morro das bicas e a trilha mais radical que liga a Honório Bicalho.


 
Matriz de Raposos, uma igreja que já possuiu muitas obras folheadas a ouro e várias imagens com valor histórico. Possui ainda um interior muito bonito., que remete ao barroco e rococó.
 
RIO ACIMA:
Rio Acima é uma cidade agradável, com pessoas idem, possui uma Maria-fumaça  fabricada em 1924 que leva o nome de Eilsabeth e que faz passeios  aos sábados, Domingos e feriados. A estação ferroviária possui alguns órgãos de turismo. A igreja da cidade é uma igreja moderna. Rio Acima possui em seus arredores,  várias cachoeiras como a Chica Dona e a Tinta Roxa.
A Caminho de Rio Acima passei perto da ponte da Estrada de Ferro Pedro II.





Acuruí

Pequeno distrito de Itabirito, distante  cerca de 25 km de Rio Acima e 18 Km de Galura pela Estrada Real. É bem agradável, o povoado possui duas igrejas e basicamente uma rua. As pessoas que encontrei ali foram muito simpáticas.


 
Igreja do Rosário.

                                                  Igreja Nossa Senhora da Conceição


As igrejas de Acuruí são bem parecidas. E ambas trazem gravadas em seus frontispícios datas do século XX, mas segundo informações colhidas, a capela inicial foi erguida em 1718.



GLAURA

Glaura é um distrito de Ouro Preto, uma preciosidade do caminho do Sabarabuçu, é a última paragem do Sabarabuçu, para aqueles que como eu, começam o caminho em Cocais. A igreja foi construída entre 1758 e 1764  e é dedicada a Santo Antônio. Possui um interior bonito típico das igrejas do barroco mineiro, não sei se tem alguma peça de grande valor histórico, mas a igreja merece uma visita. É tombada pelo Patrimônio Histórico desde 1962.


Interior da Igreja de Glaura.

 


A cidade não tem muitas opções de hospedagem, mas as pousadas ali existentes são de alto padrão. Glaura já teve o nome de  Santo Antônio do Campo de Casa Branca, e até hoje alguns moradores se referem ao lugar como Casa Branca. Glaura situa-se próximo à Serra de Capanema, uma porção da cadeia  da Serra do Espinhaço. Registraram sua passagem por Glaura, os imperadores D. Pedro I e II, os naturalistas Auguste de Saint-Hilaire e Richard Burton. Hoje eu gosto de imaginar que os cicloturistas, guardadas as proporções, se assemelham aos naturalistas dos séculos XVII e XVIII. Por isso acho que todos devem divulgar os lugares por onde andam e assim possibilitar a outras pessoas conhecer essas preciosidades que guardam construções de valor histórico e costumes de grande valor antropológico.
 
São Bartolomeu
 
São Bartolomeu é um distrito de Ouro Preto, já não é mais Caminho do Sabarabuçu, mas Caminho velho do Ouro. Mas para quem está fazendo cicloturismo, acaba sendo a ligação natural entre  Ouro Preto e Glaura. O povoado é muito bonito, além dos doces caseiros que são fabricados no local, existem várias casas que vendem livros sobre a região.
o Povoado tem cerca de 800 habitantes, possui uma bela Pousada e o restaurante do Harold (Casa do Parque).
O conjunto de casa é do período colonial e a Igreja Matriz apresenta rica ornamentação em madeira sem pintura no estilo barroco e o teto possui bela pintura.
A igreja ainda possui em uma de suas torres, um sino de madeira.
 
 
 
 
 
 
 
                                            Igreja Matriz de São Bartolomeu
Sino de Madeira na igreja de São Bartolomeu.
 
 
Capela no alto de um morro, na saída para Ouro Preto.