ESTRADA REAL 2016 – O CAMINHO
NOVO.
Fotos: Junio Cezar, Rhaoul Cesar e Rony Camargos
Texto: Rony Camargos.
O Caminho Novo em sua variante chamada caminho do Inhomirim
ou do Proença foi aberto em 1721 pelo fazendeiro Bernardo Soares Proença e subia a serra da Estrela para se encontrar
mais adiante com o caminho aberto por Garcia Rodrigues Paes – filho do
bandeirante Fernão Dias.
No dia 08 de maio iniciamos nossa
jornada pelo Caminho Novo, Ana Rates, Rhaoul, Junio Cezar, José Alves, o
Zequinha e eu. Chegamos no dia anterior em Ouro Preto. Montamos nossas bikes na
rodoviária e partimos para um tour pela linda cidade histórica, hoje Ouro
Preto, outrora a Vila Rica capital das Minas Geraes.
|
Na Rodoviária de BH esperando o ônibus para Ouro Preto |
|
Bicicletas prontas, na rodoviária de Ouro Preto. |
Depois de comemorarmos nossa
chegada, partimos pedalando para o Parque Estadual do Itacolomi, onde
armaríamos acampamento. Não tínhamos carro de apoio e carregávamos alforjes com
aproximados 20 kg de bagagem. O percurso para o parque, por si só, já é um
passeio. Subimos por cerca de 05 Km até a portaria do Parque. Pagamos 25,00 por
barraca e fomos acampar. A área de camping conta com banheiros com água quente,
área com pias de cozinha, área de fogueira e muita sombra.
|
Museu da Inconfidência ao fundo |
|
Em frente a Igreja de São Francisco de Assis. |
Comemoramos (leia-se: tomamos uma...)
nossa estada no parque na beira da fogueira com um excelente macarrão preparado pela Ana.
O friozinho convidava-nos às barracas mais cedo.
|
Área de Camping do Parque do Itacolomi. |
|
Na área de fogueira do Parque do Itacolomi. |
|
De manhã antes de começar o Caminho. |
|
da esquerda para a direita: Rony, Junio, Zequinha, Rhaoul, Ana, Marcão e Marquinho. |
08/05 de ouro preto a Itatiaia
No dia 08 saímos em direção às
trilhas do primeiro dia. Bem marcada pelos bons e velhos Marcos do Instituto
Estrada Real, que nós, com intimidade já chamávamos de marcão. No início é um
passeio, passamos pela Casa Bandeirista, a antiga sede da fazenda São José do
Manso que data de 1706 e 1708 e seguimos
pelas trilhas sombreadas até chegarmos à trilha à beira da Lagoa do custódio,
aí foi uma trilha
hard core subindo
uma serra de areia branca muito pesada.
Há a opção de sair dessa trilha, pegando-se uma estrada à esquerda, mas
decidimos enfrentá-la e apesar do esforço físico valeu a pena. A vista é
deslumbrante.
|
Casa Bandeirista, talvez o primeiro prédio público de Mina Gerais. |
|
Em algum lugar na serra de Ouro Branco |
Mais adiante erramos a trilha e
pegamos a trilha para quem faz o percurso do CRER – Circuito Religioso da
Estrada Real. Encaramos literalmente uma pedreira, e chegamos à Lavras Novas
exaustos. Paramos para almoçar e recuperar as energias, e, por volta da 13:00
seguimos rumo ao povoado de Chapada. De novo pegamos belíssimas trilhas de
areia branca com algumas escaladas em rochas onde tínhamos que carregar as
bicicletas com alforjes e tudo, coisa para trabalho de equipe.
Chapada é uma daquelas
localidades pitorescas de Minas Gerais, a Igrejinha de Santana erguida em 1883
ou 1885 domina a praça com casas antigas e um gramado bem cuidado. Há dois
campings nesse povoado e a cerca de 400 m dali a cachoeira do castelinho, que
não visitamos. Compramos água e partimos rumo a Itatiaia.
Rodamos um pouco no asfalto para
quebrar a rotina, como era domingo a estrada tinha pouco movimento, logo à
frente saímos do asfalto e pegamos uma estrada lindíssima rumo à Itatiaia onde
chegamos já escuro, o sol se punha por volta das 17:40. Nesse dia encontramos a
Dona Fátima, que aluga uma casa para visitantes. Cada um de nós pagou R$ 30,00
com direito a café da manhã (pão francês e café torrado e moído pela Dona
Fátima) Tel. Para contato 31.3742-4919. Quem quiser ou tiver que dormir em
Itatiaia é bom anotar, porque lá não têm muitas pousadas. Ah! A casa tem Wi-fi
e Dona Fátima é muito gentil e prestativa.
Dia 09/05 de Itatiaia a Queluzito
Km rodados 63,6
|
Comemorando mais uma etapa. |
por: Rhaoul
|
Antigas fazendas.
por: Rhaoul |
No dia seguinte (09/05) partimos
rumo à Queluzito. Pra começar e não variar, uma subida de secar canelas. Logo chegamos ao alto da serra de Ouro
Branco, onde planejamos acampar, mas tivemos que ficar em Itatiaia. A serra é
linda e tem que ser curtida, fizemos um lanche em um abrigo existente ali.
Seguindo para Ouro Branco passamos por alguns monumentos históricos como uma
biquinha e uma ponte de cantaria. Ao chegarmos na magnífica igreja de Santo
Antônio soubemos que está fechada para restauração. Uma pena. A Ana tinha o
propósito de fazer uma oração em todas as igrejas que parássemos, nem todas
estavam abertas, mas ela fazia a oração de fora. Aproveitamos para dar um grau nas bikes que
sentiram o percurso. O Rahoul comprou um jogo de pastilhas muito mais barato do
que encontramos em nossa cidade e ficou feliz. O Junior foi ao banco.
O Plano era chegar a Carandaí, Visitamos
a fazenda Carreiras conhecida hoje como Casa de Tiradentes. Uma bela construção
que aproveitamos o pessoal da manutenção trabalhando e fizemos uma visita.
Cerca de 12 Km de Ouro Branco, paramos na antiga gameleira onde foi pendurada
uma das pernas de Tiradentes, existe um monumento e uma casa abandonada. Passamos
em Conselheiro Lafaiete, visitamos a praça Barão de Queluz e seguimos para Queluzito,
uma pequena e bucólica cidade. Conseguimos um hotel com preços bem camaradas e
camas boas e bom chuveiro. Hotel São Sebastião do “Seu Tião” .
Dia 10/05 de Queluzito a Ressaquinha
No dia seguinte saímos às 06:15
seguindo para Carandaí. Pegamos subidas desafiantes em estradões com valas,
algumas pedras soltas. O que ocasionou duas quedas sem maiores consequências. A
Ana “comprou” os dois terrenos. Neste
trecho passamos por uma fazenda que não tinha ninguém e as informações da
planilha ficaram meio confusas, ficamos felizes por não termos passado ali de
noite.
Passamos rapidamente por Carandaí
onde não conseguimos carimbar nosso passaporte e seguimos para Ressaca, um
pequeno povoado com uma belíssima igreja, na verdade chamada de capela Nossa
Senhora da Glória, com uma surpreendente pintura de mestre Athayde. Pra variar,
a igreja estava em restauração e não pudemos entrar, ficamos na porta igual
cachorro assistindo almoço com frango.
O trecho até Ressaquinha é
tranquilo com subidas grandes, mas pedaláveis. Chegamos a Ressaquinha por volta
das 16:40, lanchamos e quando estávamos prontos para partir para Barbacena,
descobrimos que o selim da Bike do Zequinha tinha quebrado, gastamos um tempo
para arrumar e quando íamos partir, quem partiu foi o selim do Zequinha de novo.
Tivemos que ficar em Ressaquinha. Depois de uma manobra rápida, o Júnio
conseguiu contato com umas funcionárias de uma empresa e em seguida com uma
Assistente Social a Kátia que nos indicou um primo que morava ali perto. Em Uma
tacada conseguimos um ginásio de esportes e um campo de futebol e acabamos pedindo asilo ao Jaburu, o primo da Kátia,
que na verdade se chama Aloísio. O cara
foi super bacana. Cedeu-nos o seu quintal para armarmos as barracas e a
Ana ainda descolou um banho no banheiro da casa, cortesia da Kátia a esposa do
Jaburu. Nós, marmanjos, tomamos banho em um banheiro de posto de gasolina.
Jantamos nesse posto e fomos dormir.
|
Saindo cedinho de Ressaquinha. |
|
Capela em Ressaca: Igreja Nossa Senhora da Glória do século XVIII |
|
Apreciando pintura do mestre Athayde de longe |
|
Trecho depois de Ressaca |
Por: Júnio Cezar
Dia 11/05 de Ressaquinha a
Patrimônio dos Paivas
Km rodados 70,94 Km
Saímos as 6:00 da manhã. Tomamos um café reforçado no boteco da BR 040, pão
francês com linguiça. Essa linguiça foi
motivo de riso durante toda a viagem. É que dois de meus amigos tinham sido
agentes penitenciários e trabalharam juntos. O bar cheio de caminhoneiros e um
de meus amigos fala pro outro, lembra dessa linguiça? Era dessa que comíamos na
cadeia. O outro, fingindo que não entendeu fez cara de paisagem. O outro
insistiu. Cutucou o amigo e repetiu: lembra Júnio, era dessa que a gente comia na
cadeia? Nesse momento os caminhoneiros desconfiados se afastavam daquele bando de malucos de
bicicletas.
Toda vez que nos lembrávamos desta
história, ríamos e acrescentávamos mais algumas coisas.
A descida da serra guarda um belo
trajeto, o calçamento da antiga estrada União Indústria e no meio da descida o
passador traseiro da bicicleta do Junio
solta a mola interna. Descemos devagar,
paramos no antigo chafariz, construído em 1928 por Mariano Procópio. Em muitos
pontos o Junio empurrava a bike em outros ele era empurrado pelo Zequinha. Passamos
por belas fazendas até chegar em Patrimônio dos Paivas, um bucólico povoado com
cerca de 300 moradores encravado em um belo vale coberto por resquícios da mata
Atlântica.
|
Fazenda em Patrimônio dos Paivas |
|
Eh!! Estradão... |
O Junio Seguiu para Santos Dumont
de ônibus para consertar o passador, ficamos hospedados na casa paroquial, onde
dormimos em nossos sacos de dormir. Contamos com a solidariedade de moradores
como o Vicentinho, o Paulo e a Regina, o Willian e sua família e outros que
permaneceram anônimos mas não esquecidos por nós.
|
Igreja de Santo Antônio em Patrimônio dos Paivas |
|
Na Venda do Willian |
|
Nosso pouso naquela noite. viva esse povo hospitaleiro. |
Dia 12/05 de Patrimônio dos Paivas a Juiz de Fora
Km Rodados 68,70 + 6 Km errados.
No dia 11/05 saímos tarde,
já passavam das 7:00, mesmo assim
chegamos cedo à fazenda Cabangu, onde nasceu Alberto Santos Dumont. Fizemos uma
visita rápida. A fazenda fica sob a guarda das Forças Armadas, entramos,
pegamos água e fizemos fotos. Na Saída esperamos 5 minutos até o trem passar
com seus 130 vagões de minério. Seguimos os marcos e alternamos asfalto e
estrada de terra até chegarmos na bela cidade de Santos Dumont, com seus vários
monumentos ao inventor. Lá encontramos o
Junio com a bike já pronta pra terminar a viagem. Lanchamos e seguimos passando em Ewbank da Câmara onde
tomamos uma chuva inesperada e fizemos uma parada para consertar o pneu furado
da Bike do Júnio. Daí fomos para Juiz de Fora, Foi a parte mais tensa, pegamos
um bom trecho da BR 040 e passamos aproximadamente 03 Km do marco que levava à
Barreira do Triunfo. Como já estava escuro resolvemos procurar um pouso por ali
perto, seguimos até a pousada da Fátima do Grupo PEPAFI e ali ficamos até o dia seguinte. Preço
camarada em quarto mais ou menos R$ 30,00 por pessoa, jantar a 10,00.
|
A caminho de Santos Dumont
Por: Rhaoul |
|
fotos acima, na Fazenda Cabamgu. |
|
Bike recebendo um cuidado - Junio Cezar |
|
Com o Santos Dumont
|
|
Sede de Antiga fazenda em Juiz de Fora |
|
Perturbando os moradores de Juiz de Fora. |
Dia 13/05 de Juiz de Fora a Monte
Serrat
Naquela manhã de sexta-feira 13
não demos sorte ao azar, saímos cedo e voltamos ao marco 1731 e seguimos em direção ao centro de Juiz
de Fora. Na ocasião, a tocha olímpica passava pela cidade e várias pessoas nos
perguntaram se estávamos ali por causa do evento. Fizemos um tour pelo trânsito
pesado até o Parque Halfeld. O Rahoul adorou o pastel Gaúcho do Chinês, com
“Milo, flango e Catupili”. O pastel é um verdadeiro almoço. Depois de conversar com alguns moradores da
cidade enquanto esperávamos o Junio consertar a Bike (de novo), seguimos em direção à Rua N. Senhora de Lourdes, saída
confusa de Juiz de Fora, mas em pouco tempo estávamos na rota. O trecho mescla
asfalto e estrada de terra. Nesse trecho depois de uma longa subida esperamos
nosso amigo Zequinha no alto do morro.
Quando ele nos alcançou, decidiu ser o cateto fora do bando, nos deixou
para trás. O Junio resolveu seguir pedalando. Verificamos que meu pneu estava
furado. Com a ajuda do Rahoul troquei a câmara e fomos seguir os
dissidentes. Encontramos o Junio em
Matias Barbosa. Paramos para carimbar o passaporte, um dos poucos carimbos que
conseguimos, compramos um doce de laranja fenomenal e fomos visitar a antiga
Capela Nossa Senhora do Rosário do século XVIII, que possui ainda, túneis
escavado na terra por debaixo da igreja
que eram usados durante os ataques de índios. Um dos túneis sai na rua
debaixo próxima ao rio que corta a cidade.
O trecho que vai até Simão
Pereira é em asfalto com subidas longas que exigem certo esforço. Depois
de 15,6 Km chega-se na cidade de Simão
Pereira, um lugar aprazível, com algumas opções de hospedagem. Resolvemos seguir até a próxima cidade Monte
Serrat distante cerca de 9 Km, pois nosso amigo Zequinha ainda estava
desgarrado do bando. E como diz o ditado, “catitu fora do bando é comida de
onça”. Até Monte Serrat é uma festa, um
descidão de dar gosto, fomos saudados com dois apitos pelo trem que passava próximo ao velho prédio
do Registro do Paraíbuna uma construção de 1709 que era usada para controlar o
tráfego do ouro que deixava as minas. Depois das fotos, seguimos par a cidade.
O único hotel da cidade estava lotado com os participantes de uma prova de
Downhill que aconteceria no Sábado.
|
Ponte sobre o rio Paraíbuna entre MG e RJ |
Na praça encontramos o Zequinha
deitado no banco da praça. Depois das gozações de praxe, fomos pedir
informações em uma mercearia próxima à praça, seguimos adiante para uma pousada
distante 3 Km. Ficamos acampados na pousada Pedra de Paraibuna fomos atendidos
pelo Seu Antônio um simpático cearense que mora em Paraíba do Sul há mais de 30
anos e trabalha em Monte Serrat.
O Rahoul voltou até a cidade e
comprou os mantimentos para o jantar, vinho, cerveja e supérfluos como macarrão,
sardinha e biscoitos. Naquela noite
dormimos cedo e na manhã seguinte fomos agraciados com uma garrafa de café
feito pelo Sr. Antônio.
|
Antigo Registro do Paraibuna de 1709 |
|
Meu hotel 5 mil estrelas e uma lua |
Dia 14/05 de Monte Serrat a
Secretário
Km rodados: 53,34
Alforges montados, fizemos nossa oração ditada por nossa guia
espiritual Ana Rates e saímos cedo. Logo paramos em uma charmosa capelinha na
beira da estrada. Todo trecho é feito em estrada de terra, são 20,87 Km até
Paraíba do Sul, uma bela cidade com suas fontes de águas ferruginosas. Logo na
entrada da cidade encontramos o Charles passeando de bicicleta com seu filho,
ele gentilmente nos guiou por um tour pela cidade. Mostrou-nos a ponte
construída pelo Barão de Mauá e nos levou até o parque Salutaris onde enchemos
nossas mochilas de hidratação e caramanholas. A cidade homenageia o pioneiro Garcia
Rodrigues Paes que recebeu da coroa portuguesa terras para se estabelecer ali e
abrir o caminho novo. Em torno da fazenda Parahyba nasceu o povoado que virou a
cidade de Paraíba do Sul.
|
Saída de Monte Serrat |
|
Chegada em Paraíba do Sul - RJ |
|
Com nosso guias Charles e seu filho |
Seguimos então em direção à Sebollas
um povoado onde foi exposta uma parte do corpo de Tiradentes e hoje possui um
museu onde outrora foi a casa da amante
do mártir.
|
Fotos acima: Simão Pereira - RJ |
12 Km depois de Queima Sangue
subindo sempre, chega-se à Sebollas ou Inconfidentes, visitamos o museu
almoçamos no restaurante ao lado da igreja N. Srª de Santana e continuamos para
Secretário. Chegamos ainda cedo em Secretário, por volta das 15h. A cidade
estava lotada de turistas, fomos informados de uma área de camping e seguimos
para lá. Acesso junto ao Hotel Terracota, a propriedade com várias casas é da família do Pedro Amado, fomos muito bem
recebidos pelo Pedro e sua família o espaço conta com boa estrutura,
lanchonete, banheiro um belo lago e boa área de camping. Camping Lagoar, anotem
é uma ótima opção às pousadas caras do local. Pagamos 20,00 por pessoa e à
noite fizemos um excelente churrasco. O Zequinha caprichou no assado.
|
Venda em Sebollas |
Por: Rhaoul
|
Camping Lagoar em Secretário - RJ |
|
acima trechos da estrada até Secretário |
Dia 15/05 de Secretário a Petrópolis
Km rodados: 36,64 Km
Saímos por volta das 7:00 para
fazermos os 36 km até Petrópolis, estrada fácil, asfalto até Itaipava, porém
sem acostamento, como era domingo de manhã, quase não havia trânsito. Lanchamos
em Itaipava e seguimos passando por Estação Nogueira, distrito de Correias,
Estação da Cascatinha até chegar em Petrópolis.
|
Castelo em Itaipava |
Fizemos turismo em Petrópolis e
nos preparamos para a última etapa da viagem. Descer a serra da Estrela pela estrada velha.
Essa parte é delicada devido à
logística do local, não há hospedagem no pé da serra, o antigo Porto Estrela é
uma área abandonada e erma, há grande risco de assalto na região e já estamos
na região metropolitana do Rio. Já havíamos decidido descer a serra e subir
pedalando e empurrando, são cerca de 17 km de serra íngreme.
Com um taxista, conseguimos o
telefone de um motorista de van, contatamos e depois de algumas negociações,
fretamos a van do Rafael Madeira, que apesar de grande conhecedor de Petrópolis
e Rio de Janeiro, nunca tinha ouvida nada sobre o Porto Estrela.
Saímos na manhã do dia 16 de maio
a serra é um prazer em si. Uma descida
somente interrompida para as fotografias e para apreciar a paisagem. Mas requer
cuidado, ela desce em zig-zag em um piso calçado com pedras que pode ser
escorregadio, e ainda há tráfego de veículos, os ônibus ocupam totalmente as curvas.
|
Igreja no povoado do Meio da Serra |
Por: Rhaoul
|
Vista da Serra da Estrela
por: Rhaoul |
|
Último marco do Caminho Novo. |
|
Resquícios do antigo Porto da Estrela. |
Ruína das três portas, por: Rhaoul
Rio Inhomirim, foto Rhaoul
Por: Rhaoul
Passamos pelo povoado do Meio da
Serra e fomos alcançados por nossa van. O Rafael foi super camarada, nos seguiu
por mais de 15 Km, nos acompanhou pelos lugares, digamos menos seguros, e nos
esperou até o local em que dava para ir de carro. Na chegada das ruínas do
antigo porto utilizado desde 1650, data da construção da igreja de Nossa
Senhora da Estrela dos Mares. Não chegamos até as ruínas da igreja, mas vimos
as ruínas da antiga cadeia e algumas pedras do antigo porto.
Missão cumprida, colocamos as bikes na carreta
da van e voltamos subindo pela estrada
velha.
Foi realmente uma jornada
incrível, conhecemos lugares lindos que dificilmente iríamos de carro ou outro
meio. O convívio com os amigos parceiros de pedal foi gratificante e
descobrimos muito de uma história rica e pulsante que foi a corrida do ouro
brasileira.
Para voltar a Unaí, pegamos o Avião no aeroporto Santos Dumont e chegamos em Brasília às 18:30 e tivemos que contar com a colaboração de nosso parceiro de pedaladas o Jadir que nos buscou de camionete. Uma coisa que cicloturismo nos ensina é que sem a solidariedade dos outros não andamos, com ela toda viagem é fácil.