Fotos e texto: Rony Camargos
cicloturistas: Adriano, Jadir e Rony
Julho de 2015.
Municípios: Alto Paraíso de Goiás - Teresina de Goiás - Cavalcante e Colinas do Sul.
Preparados para sair |
No Camping Cata-vento |
Amanhecer na Chapada |
Com o Ivan |
Foto de saída |
1º dia: Deixamos o carro no
Camping Cata Vento em Alto Paraíso de Goiás, onde nos hospedamos na primeira
noite, e ali preparamos as bikes para a “circumpedalada” a meta era retornar para o mesmo ponto em
quatro dias. Com esse espírito de pedalar por uma área que para nós era
inédita. Acordamos às 05:00 desfizemos o acamamento e saímos rumo a uma padaria
que abria às 06:00, tomamos o café e seguimos rumo à cidade de Cavalcante ao
Norte de Alto Paraíso e distante cerca de 90 Km.
Ponto Culminante de Goiás o pico do Pouso Alto pode se avistado. |
Depois de rodarmos 58 Km chegamos
ao local do almoço, a cachoeira Poço Encantado, cuja entrada é de 15,00 por
pessoa, dá para se hospedar e tem um bom restaurante.
Ali encontramos a família do
Carlos que mora em Salvador – BA, sua esposa Salomé e sua filha Stefani,
estavam vindo de Terra Ronca. Eles viajam de carro por todos esses lugares que
requerem mais aventura, trocamos várias informações, telefones e partimos rumo à
cidade de Teresina de Goiás.
Em Teresina abastecemos de água e
continuamos a pedalada por mais 21 Km de asfalto até Cavalcante.
Chegamos em Cavalcante por volta
das 15:00, tomamos um belo banho no rio Almas, que fica na entrada da cidade e
seguimos para o centro da cidade onde fomos nos hospedar na casa do “Kxueira”
que disponibiliza hospedagem a 45,00 por pessoa.
Neste primeiro dia registramos 94
Km com média de 18,2 Km/h, a média baixa, é devido à carga das Bikes por volta
de 20 Kg, pelas subidas longas e
simplesmente por quê não estávamos com pressa.
No segundo dia, dedicamos à visita ao sítio
arqueológico dos Kalungas no Engenho II, distante cerca de 28 Km de Cavalcante.
No meio do caminho tinha uma serra...
A Serra da Nova Aurora é um acidente geográfico abrupto, que surgiu há
milhões de anos para fazer os ciclistas suarem e resfolegarem até não poder
mais. Apelidamos a serra carinhosamente
de “a bruta”. São aproximadamente seis
quilômetros de subida, sem contar a subida que antecede a base da serra que deve
dar mais uns 4 Km.
Não obstante, a serra é linda e
muito boa de subir, além do mais havíamos deixado as bagagens em Cavalcante.
Chegando na comunidade Engenho
II, encontramos um ciclista de Goiânia,
o Bruno. Foi nosso parceiro de pedaladas pelas cachoeiras da região. Para
visitar a comunidade, paga-se uma taxa de visitação de 20,00 por pessoa mais
70,00 pelo guia. Lá possui várias opções de comida caseira e boa, Café da manhã
e camping. Um almoço sai por 25,00 por pessoa para comer à vontade, e olha que
um cicloturista tem muita vontade.
Na comunidade dos Kalungas,
distante aproximados 5,5 Km da portaria, está a belíssima cachoeira de Santa
Barbara, precedida pela não menos bela cachoeira que ninguém sabe o nome, mas
que chamamos de “santa barbinha”. As duas são ótimas para banho e ambas são
muito fotogênicas.
Depois da Santa Bárbara, fomos
almoçar e em seguida fomos até a cachoeira da Capivara, uma série de quedas com
várias piscinas para banho, uma descida que exige um pouco de esforço e um
belíssimo poço onde caem duas cachoeiras.
Não deu tempo de visitarmos a outra cachoeira
da localidade, que é a Candarú. Outra joia em um local de acesso mais difícil. Em
outra ocasião já havia conhecido essa preciosidade. A trilha para se chegar a
essa cachoeira vale a pena, é de grande beleza e dá para ver animais e várias
espécies da flora do cerrado. Nessa
trilha também dá para ver as roças que os Kalungas plantam, dá para ter uma ideia
do trabalho para escoar a produção que somente se faz no lombo de mulas e
cavalos.
Voltamos para Cavalcante
apressados, pois naquela noite dormiríamos no mato. Chegamos à cidade no final
da tarde, tempo para arrumar os apetrechos, fazer umas compras e gravar um
vídeo com o Kaxueira cantando uma música do grupo Feijão Bandido. A música é
uma homenagem à chapada dos veadeiros e outras cachoeiras do planalto central,
que por sinal é linda, não foi à toa que pedimos para gravar o vídeo.
Saímos de Cavalcante já
escurecendo, passamos pela cervejaria artesanal Aracê, tentamos pouso em outro
bar mais à frente, sem sucesso. Pedalamos mais alguns quilômetros e encontramos
um belo riacho com cachoeirinha e tudo que precisávamos. Armamos as barracas e
comemos o delicioso macarrão do Jadir, eleito cozinheiro por maioria absoluta.
No dia seguinte levantamos
acampamento e partimos para a descida da Serra do Vão, outra serra bruta, mas
no nosso caso estávamos descendo. São aproximadamente 8Km de descida em zig-zag
por uma estrada poeirenta e com um visual impressionante, que nos obrigava a
descer devagar para apreciar e fotografar.
No “pé” dessa serra está a venda
do Seu Zé da chapadinha um simpático vendeiro orgulhoso de sua casa, parte
adobe, parte cimento, chão batido e teto de palha, tudo feito por ele mesmo.
Nesse sítio é possível lanchar, encomendar uma refeição e acampar. Para quem
vai subir a serra dependendo do horário e da carga da bike é uma boa escolha
pernoitar no local por que depois a parada é dura.
Depois de um café com peta
acompanhado por dois dedos de prosa, colocamos as magrelas para rodar em uma
estrada bela mais difícil devido às “costelas de vaca” e a areia fofa. Paramos
na fazenda Dom Bosco para abastecer nossas caramanholas e mochilas de
hidratação. Ali conhecemos o pequeno Leonardo, um garotinho bem comunicativo
que tirou uma fotografia da gente com os penhascos ao fundo.
Abastecidos de água, seguimos
para almoçar no povoado de Capela, onde estava sendo organizada uma tradicional
festa da região, A caçada da Rainha. Chegamos ao boteco do Seu Dé, ali almoçamos
uma deliciosa comida feita em fogão à lenha, reabastecemos de água e fizemos um reparo na
bike do Jadir. Saímos com um sol escaldante. E tome mais “costelas de vaca” e areia fofa. Em
uma descida o bagageiro da bicicleta do Adriano quebrou, nenhum problema, Jadir
que além de cozinheiro é Macgyver nas horas vagas, improvisou uma “solda” com
câmara de ar e presilhas de plástico e o bagageiro aguentou até o final da
viagem.
Depois disso fizemos nova parada
no povoado de Rio Preto e seguimos para Colinas do Sul. A estrada agora tinha
muito movimento de veículos indo para a festa, o que levantava muito pó. Para
minimizar o problema, eu usava uma máscara de ecohead. Chegamos a Colinas do Sul por uma estrada asfaltada no início da noite e nos hospedamos em um hotel por 45,00
por pessoa, na cidade há outras opções de hospedagem.
Último dia de pedal, tomamos o
café às 06 horas e seguimos por um trecho asfaltado rumo à São Jorge, alguns quilômetros depois o
asfalto acaba e pegamos novamente a terra. Esta parte do percurso tem extensas
subidas e dependendo do dia da semana pode ser bem movimentada com muita
elevação de poeira.
Passamos em São Jorge para um
descanso e um açaí e fomos almoçar a matula no restaurante do Seu Valdomiro que
fica mais ou menos na metade do caminho entre São Jorge e Alto Paraíso. Todo o
trecho é asfaltado e com ciclovia. Finalizamos nossa “circumpedalada” pelo
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros por volta das 15 horas e nos dirigimos satisfeitos para o camping de
onde havíamos partido. Ao todo rodamos 342,51 Km somando os
passeios e percurso dentro das cidades.
Morro da Baleia. |
Dicas: Leve protetor solar em
qualquer época do ano.
Cuide bem dos
bagageiros as trepidações podem ser prejudiciais;
Não descuide da
água, pode-se andar muito tempo sem acesso à água potável;
Leve dinheiro, pois é muito raro usar o cartão
de crédito;
Não esqueça peças sobressalentes
e ferramentas.
Poço encantado |
Entorno de Cavalcante |
Banho de sol |
Orelha de carneiro |
Raizama |
Vale das Pedras |
Candonbá |
Pinheirinho |
Cachoeira do Rio Preto I |
Cachoeira do Rio Preto II |
Cachoeira Carioquinhas |
Fazenda Veredas - Cavalcante |
Cânion da Fazenda Veredas |
Cachoeira do Cânion |
Poço Encantado - Alto Paraíso |
Cachoeira Candarú - Engenho II |
Cachoeira São Bento |
Cachoeira Almécegas |